quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Eu tive a força!

Melhor comprar um pote de gel.


Fiz um moicano. Ok, a frase não é tão impactante quanto “salvei uma baleia” ou “atropelei um cachorro”, mas é muito significativa na vida de uma pessoa. São três momentos distintos experimentados por uma criatura em relação a um corte de cabelo tão “moderno” como esse.

Primeiro vem toda a idealização:

- “Cara, pessoas legais fazem isso, depois só vai me faltar uma tatoo.”

Toda motivação :

- "Meu filho, sua cabeça parece quadrada.”

Toda vontade de mudança :

- “Pra quê tanto cabelo, meu pai?”

Fora as dúvidas do tipo:

- “Eras, será mesmo que a minha cabeça tem formato de cupuaçú?”


Passada essa fase, e você ponderou tudo, desde a possibilidade de um dia acordar cansado daquela cara de “Uow, eu sou muito legal”, e não saber o que fazer com aquele corte irregular, finalmente você está decidido de que vai ser moicano.

Então, você sai à procura do salão certo, evitando todos (eu disse todos) os “Senador Lemos” da vida, passando por umas bibocas, onde senhores ainda fazem a barba com a navalha e outros trilhões que ainda estão de portas fechadas. É, por que descobri que os salões seguem algumas regras irritantes, como não abrirem às segundas, e nos outros dias da semana isso acontecer quase as 10 da manhã. Fora que alguns cabeleireiros se sentem hair stylists, mesmo se as vezes fazem das nossas cabeças verdadeiros ninhos de rato.

Pernada a parte, você enfim encontra o salão dos sonhos. E que para você se sinta tranquilo deve ter no mínimo uma dessas duas coisas: uma vitrine, que é uma tentativa de, mesmo atendendo a preços populares, parecer mais refinado (isso realmente me tranquiliza, acreditam?) ou, um cabeleireiro que você conheça, e numa época remota tenha cortado seu cabelo.

Ok, hora das intruções. Você pede com timidez um moicano disfarçado, um topetinho mais ousado, pra não correr grandes riscos. Uma oração cabe nessa hora também, pra que tudo dê certo. Realizada a façanha, de ambas as partes(sua, por ter decidido pelo moica, e do hair stylist, por ter sido mega habilidoso), você está se sentindo poderoso.Todos aqueles quilos de produto te deixam magnífico, ou, como nas palavras do meu personal hair stylist, "um luxo!”.

Criaturas, eu me sentia até mais musculoso. O corte era realmente terapêutico, Wow,eu sou demais. Atravessei as ruas de volta pra casa me sentindo incrível. E esse é o segundo momento moica de vida, você é Maaara.

Mas, você precisa se livrar de todo aquele cabelo pinicando no pescoço e tem que tomar banho. Então logo dará adeus ao “estilo maravilhoso-jeito certo de pentear meu cabelo-produtos incríveis que mantém ele de pé”. Tudo vai pelo ralo, você volta ao mundo real e a única coisa que você tem em casa é um creme pra pentear com ativo concentrado de abacate ( que eu não faço a mínima ideia do que seja feito, realmente. É a polpa da fruta, hein?). E então você está vivendo o terceiro momento “moica é mara”. Agora você tem uma franja e um rabinho. Nem todo o pote do bendito creme de abacate (delícia!), devolve a forma do maravilhoso moica. Bons momentos aqueles do caminho salão-casa. Pêsames pra mim? Não, valeu a pena, posso morrer em paz. Só me faltam o filho, a árvore e o livro.

Criaturas, abraços.