Temos sonhos
tagarelas, gigantes encorpados, do tamanho das nossas almas, que ocupam casas e
tomam as ruas, não perdoam os limites das janelas, nem se ocupam com portas, se
espelham em azulejos e sobem escadas, sorriem pra feira, buscam frutas, ecoam
na rádio, encontram a felicidade nas esquinas, não param nunca, por nada, nem
pelos aborrecimentos soltos das calçadas.