sábado, 27 de outubro de 2012

Impostor.





Dos olhos tristes, onde moram também incertezas, estou desabrigado agora. Na tua ausência, eu só enxergo nãos.

Ele mal sabia que eu só existia por causa dele e, tudo o que eu parecia ser, acabava na volta pra casa, onde eu sou de novo as paredes, o computador, uma foto no porta-retratos.

Nós pusemos a mesa em frente ao mar e agora a brisa insiste em desarrumar o nosso trato, bagunçar o nosso afeto, em confundir as nossas vontades. Mas, mesmo assim, somos muito atrevimento, pouco espanto, todo beijos. Justo por estarmos em frente ao mar, nossos encontros serão sempre de recomeço. 

domingo, 21 de outubro de 2012

Filtro.







Do meu quarto, só é possível ver as pontinhas dos prédios, a cidade que nunca percebemos. É a cidade do espaço vazio, onde as dores expiram e os suspiros cessam, espaço onde não há dúvida nem crítica, só o amor em expansão, onde o medo se desfaz em cores. Eu me sinto feliz agora, justamente por não entender nada dessa luz amarela que invade a casa.