Em um dia com mais
lâmpadas acesas do que o de costume, só depois de ter alimentado as gatas pela
terceira vez naquela tarde é que foi se dar conta da coragem chegando.
As feridas nem
eram de verdade e tudo não passava de medo. Medo de se gostar, de se entregar e
não ter volta. Afinal, não era pra ser com você.
Ergo a cabeça,
recosto na parede, me abrigo no ruído do ar condicionado. Aquelas luzes deixavam
tudo em câmera lenta, nenhuma interferência no nosso devaneio. Aquela barba era
uma invasão cortês, fazendo eu me apaixonar pelas expectativas.
Eu abro mão desta
competição, pois você nunca me percebeu pelo melhor ângulo, nada feito.
Acho que ninguém nunca nos percebe pelo melhor ângulo, criatura.
ResponderExcluir